Nossa
sociedade mudou, temos uma inversão de papeis e valores, mais
informação do que podemos absorver, a mulher trabalha fora, o
avanço tecnológico foi grande, a família mudou, a criança mudou,
o aluno e a escola também mudaram....Tanta mudança gera confusão e
expectativas.
Buscando
proteger os filhos das mudanças, os pais estão oferecendo proteção
excessiva, ao invés de desenvolver as capacidades dos filhos para
que eles vençam na sociedade. A família está perdida e acaba
achando que a escola é que tem que educar seus filhos. A família é
responsável pela educação e a escola, pela formação de
habilidades para competências na vida adulta.
Neste
contexto, o melhor que podemos fazer por nossos filhos é sermos
consistentes na sua formação desde bem pequenos, a frustração, o
não dito com firmeza, as tarefas diárias, o dinheiro regulado, o
tempo bem distribuído, entre outros limites, favorecem a
conscientização cidadã. Mas, nada disto terá qualquer significado
se não for mediado pelo exemplo dos adultos; nossos filhos são
frutos do meio, porém é na relação familiar que os verdadeiros
valores se formam e se consolidam. De nada adianta os pais darem
limites, como assistir à tevê só em determinadas horas, proibir
certos tipos de música, cobrar respeito ao próximo, exigir que não
falem palavrão, se eles burlam as leis e os valores morais e adotam
a postura: "faça o que eu falo, mais não faça o que eu faço".
Suas
atitudes valem mais que mil palavras. Busque ações simples e
concretas que possam ajudar seu filho a assumir responsabilidades de
forma coesa e correta, como por exemplo: peça a seu filho,
principalmente os menores, para que o ajude com os afazeres (guardar
os brinquedos, limpar a mesa ou guardar a roupa limpa), comente com
eles os programas e musicas atuais, coloque-o a par da realidade
financeira da família. A criança que aprende ter responsabilidades
desde de pequena, sai melhor na escola e na vida!
Lembre-se:
"a palavra convence, o exemplo arrasta". Seja um modelo a
ser seguido, que lê, acha a aprendizagem emocionante, gosta de
resolver problemas, tentar coisas novas e que respeita a si mesmo, o
outro e as regras da sociedade.
Na
relação com a escola, esteja seguro da escolha que fez e dê espaço
para a escola trabalhar. Demonstre respeito tanto pelo sistema
escolar quanto pelo professor. As acusações verbais contra a escola
podem engendrar em seu filho sentimentos contrários à escola e dar
a ele um pretexto para não se esforçar. Mesmo quando não estiver
de acordo com uma política da escola, é seu papel estimulá-lo a
obedecer às regras da escola, assim como precisará obedecer às
regras mais amplas da sociedade. Caso esteja descontente com a
escola, procure o responsável e converse com ele.
Como
pais, não questionamos o pediatra, o dentista, no máximo sugerimos,
mas na escola nos achamos no direito de dar palpites de determinar
ações, de corrigir a metodologia ou a proposta educacional. Será
que, nos pais, somos os especialistas nesta área?
Quando
a criança entra na escola, ela começa a aprender a enfrentar a vida
por conta própria. E, se os pais insistem em intervir nesse
processo, só um sai perdendo: a criança ou o adolescente. Quase
todos os pais têm a "mania" de perguntar aos filhos como
foi o dia na escola. Isto é positivo, ajuda-o a sentir que a escola
é importante para a família, porém, quando isto se torno uma
cobrança, onde o filho é obrigado a falar sobre a escola, se
transforma em um desrespeito. É preciso que os pais entendam que a
escola é o primeiro lugar onde os seus filhos têm controle sobre
uma situação que eles (pais) não têm. É o primeiro sentimento de
privacidade! E é preciso que os pais respeitem isto. A criança não
querer comentar sobre a escola, não significa que não goste da
escola.
Na
escola, seu filho deverá compreender que os deveres de casa, os
trabalhos escolares e as notas são questões estritamente entre ele
e seus professores, que deverão estabelecer as metas para atingir um
melhor aproveitamento escolar. Seu filho deve sentir-se responsável
pelo êxito e pelos fracassos na escola. Muitas vezes por ansiedade
ou por necessidade de controle, invadimos o espaço escolar, a
intenção sempre é a melhor, porém corremos o risco de passar a
mensagem errada, assumindo a responsabilidade de estudar no lugar de
nossos filhos. Os pais que se sentem responsáveis pelo
aproveitamento escolar de seus filhos abrem a porta para que seu
filho passe a responsabilidade disto para eles, os pais. Isto é
muito comum na hora do "Para Casa", a cena é: pais
cobrando e filhos enrolando. Não se torne o responsável pelo dever
de casa. De autonomia para seu filho e também demonstre que confia
em sua capacidade.Já pensou ao invés de cobrar o dever de casa,
perguntar a que horas ele irá fazer e se irá precisar de algo
específico para as atividades. Isto é ser parceiro no processo e
não o dono do processo.
Descobrir nossos pontos falhos requer esforço, em compensação, equivale a descobrir porque ainda estamos fazendo errado...
Assumir
a responsabilidade pelos deveres de casa ajuda as crianças a
crescerem e se tornarem adultos responsáveis que cumprem suas
promessas, respeitam seus limites e triunfam em suas tarefas. Um dos
principais objetivos do dever de casa é ensinar a seu filho como
trabalhar por conta própria. Por outro lado, não se esqueça é
muito importante que ele perceba sua atenção aos deveres de casa e
também às atividades diárias da escola. Só não se esqueça de
respeitar os diversos ritmos de aprendizagem, cada um tem o seu ritmo
e o seu tempo, não dá pra ficar comparando, mesmo que o seu filho e
o filho do vizinho tenham a mesma idade e estudem na mesma escola.
Tudo
que aqui foi dito, precisa ter como pano de fundo, uma escolha
consciente pela escola para seus filhos. Hoje existem inúmeras
propostas e metodologias, cabe a cada família buscar aquela que
melhor ira complementar a formação que deseja para seus filhos.
Gostaria apenas de ressaltar ainda, a escolha da escola para os
pequenos, na educação infantil, a criança não vai para escola só
pra brincar, a educação infantil é a base para a vida escolar; de
0 a 6 anos aprendemos comportamentos que iremos precisar para a vida
inteira, é também o período que temos a maior capacidade de
absorver informações. Assim escolher uma escola neste período
requer muita seriedade e comprometimento. As formas de ensinar são
lúdicas (brincadeiras muitas vezes) mais a intencionalidade é que
faz toda a diferença.
Para
terminar, como educadora e mãe, deixo algumas sugestões:
- Trabalhe junto com a escola. Escola e família têm papeis diferentes, mais um objetivo comum. Respeite o espaça de cada um.
- Pergunte sempre a seu filho, como foi o dia na escola, mas não cobre uma resposta. Respeite sua privacidade.
- Compreenda que a responsabilidade das tarefas de casas é do seu filho.Seja parceiro quando necessário, mas não assuma a responsabilidade. Permita que ele arque com as conseqüências. Ah! Lembre-se que não é objetivo de um bom dever de casa, manter seu filho ocupado, assim não deve ser em excesso.
- Estimule-o a pensar por si só. Deixe que ele resolva os seus problemas, busque alternativas, ache soluções.
- Não torne o horário de estudos uma batalha, negocie e estabeleça metas. Cobre os resultados.
- Preocupe-se menos com a nota e mais com a aprendizagem.
- Confie na escola e caso tenha duvidas resolva-as com a escola e não com outros pais ou com seus filhos.
- Escolha bem a escola que irá matricular seus filhos, visite-a e conheça seu Projeto Político Pedagógico, após a escolha acredite em sua proposta e aceite sua forma de trabalhar.
- Ao ir ao shopping, visite também as livrarias com o seu filho.
- Lembre-se: "a palavra convence, mas o exemplo arrasta" Seus comentários e principalmente suas ações influenciam diretamente na vida escolar de seus filhos.
Bibliografia: Entrevistas
diversas com Tânia
Zagury e Roseli Sayão.
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